Quem me dera,
se as folhas das árvores,
verdes no verão,
vermelhas no outono,
Fossem transparentes
para que nem o guerrilheiro inanimado,
nem o paraquedista de última hora,
tivessem uma desculpa para olhar o céu.
Quem me dera,
se o sangue cor-de-vinho,
que mancha minhas roupas,
que exala outras fúrias,
que explode em corpo morto,
Fosse branco,
para que sirva de leite aos sedendos,
para que pinte as almas escurecidas,
que sirva de lição aos pecadores.
Quem me dera,
este poema fosse verdade...